O Ministério Público do Rio apresentou novas denúncias de crimes cometidos por PMs durante a Operação Contenção, realizada no final de outubro nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou mais de 120 mortos, entre eles cinco policiais. As acusações são baseadas na análise da Corregedoria da Polícia Militar sobre as imagens das câmeras corporais dos agentes.

Os novos inquéritos acusam seis policiais por crimes de:

• violação de domicílio,
• constrangimento ilegal,
• roubo,
• recusa de obediência a ordem superior, e
• peculato.

Segundo o MP, os PMs arrombaram as entradas de duas residências, entraram sem autorização nos imóveis, reviraram os cômodos e ameaçaram um morador. De acordo com as investigações, o grupo também teria roubado um celular e um fuzil, abandonados por criminosos em fuga. As filmagens revelaram, ainda, várias tentativas de ocultar ou obstruir as câmeras nos uniformes, o que também configura crime.

Seis denúncias formalizadas

No total, o Ministério Público formalizou seis denúncias, envolvendo nove policiais. Desses, cinco estão presos desde a última sexta-feira, após ação da Corregedoria da PM. O Ministério Público também requereu a prisão preventiva dos demais denunciados.

Em entrevista, o promotor de Justiça Paulo Roberto Melo explica os próximos passos das investigações: 

"Identificar os demais policiais que aparecem nas imagens. A gente sabe quem é o policial que está com a cópia, mas em muita situações, eh, vários policiais são retratados e num primeiro momento a gente não tem a identificação."

A Polícia Militar afirmou que não compactua com os possíveis desvios de conduta e crimes praticados por agentes, e que pune com rigor os envolvidos quando os fatos são constatados.

João Barbosa* - Estagiário da Agência Brasil